Em um cenário de desafios sociais e ambientais cada vez mais urgentes, cresce o número de pessoas e organizações que escolhem empreender não apenas para gerar renda, mas para construir soluções que cuidam de gente e da natureza ao mesmo tempo.
Esse movimento, conhecido como empreendedorismo social, propõe uma nova lógica para os negócios: criar iniciativas financeiramente sustentáveis que tenham como objetivo central o bem comum.
Mais do que um modelo de negócio, o empreendedorismo social é uma forma de atuar no mundo. Ele parte da vontade de resolver problemas estruturais, como desigualdade, degradação ambiental, insegurança alimentar ou exclusão econômica, usando ferramentas do próprio mercado. A proposta é combinar impacto positivo com autonomia financeira, gerando soluções de longo prazo.
Com essa abordagem, empreendedores sociais criam iniciativas que oferecem produtos ou serviços úteis à sociedade, ao mesmo tempo em que constroem alternativas reais para comunidades inteiras.
Esse conceito, inicialmente difundido por nomes como Muhammad Yunus,Prêmio Nobel da Paz e autor dos livros, Criando um negócio social e Um mundo sem pobreza se fortaleceu ao longo dos anos e hoje inspira organizações da sociedade civil, cooperativas, redes produtivas e pequenos negócios comprometidos com um futuro mais justo.
O Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental é uma dessas organizações que vêm colocando esse conceito em prática há mais de uma década — com os pés na terra e os olhos voltados para as pessoas.
Desde o início, o Auá aposta em uma forma de empreender que regenera, une e valoriza. A partir da realidade dos agricultores familiares e dos biomas ameaçados, sobretudo na região da Mata Atlântica paulista, o Instituto constrói, em rede, soluções viáveis e escaláveis para alguns dos principais desafios do nosso tempo: perda de biodiversidade, mudanças climáticas, insegurança alimentar e falta de oportunidades no campo.
Mas nada disso é feito sozinho. Para dar forma a essa visão, o Auá estrutura empreendimentos próprios que funcionam um elo na missão institucional.
Um desses empreendimentos é o Pomares Mata Atlântica, iniciativa que alia restauração ecológica e geração de renda no campo. Com uma metodologia onde os agricultores são apoiados na formação de pomares agroflorestais com espécies nativas frutíferas, como Cambuci, Uvaia, Jabuticaba e Juçara.
O modelo promove o uso produtivo da terra sem abrir mão da recuperação do solo, da água e da biodiversidade — uma resposta concreta aos efeitos da degradação ambiental.
A produção que nasce nos pomares encontra um novo ciclo no Empório Mata Atlântica, a marca criada pelo Auá para valorizar os sabores do bioma e conectar o campo à mesa de forma consciente.
Com uma linha de produtos como cremes, picolés, polpas e geleias feitos com frutas nativas, o Empório amplia o alcance da rede de agricultores e leva ao consumidor final o gosto e a história do território — com responsabilidade social e muito sabor.
Para que tudo isso funcione, é preciso estrutura. Por isso, o Instituto criou também o Armazém Biomas, um espaço de 500m² em Osasco voltado ao armazenamento, logística e apoio à comercialização de produtos da sociobiodiversidade.
Além de atender às necessidades do Auá, é também uma solução para cooperativas e negócios sociais de outros biomas brasileiros que enfrentavam desafios com armazenamento, logística e comercialização de seus produtos em São Paulo. O Auá vende serviços de aluguel de espaço e serviços de logística e ao mesmo tempo apoia estes negócios comunitários.
Ao integrar esses empreendimentos em uma mesma visão, o Instituto Auá mostra como é possível construir um ecossistema que une impacto, inovação social e sustentabilidade financeira. Cada frente atua em sinergia com as outras, multiplicando os resultados e criando pontes entre quem produz, quem consome e quem cuida da terra.
Esse modelo pode inspirar ONGs, coletivos e empreendedores a adaptarem suas estratégias e construírem novas formas de atuar no mundo, sem abrir mão de seus valores e propósitos.
“Ser um Auá” é reconhecer que todos temos vocações e potenciais para construir uma sociedade mais sustentável. É entender que a transformação começa em rede — e que ninguém faz nada sozinho.
Ao abrir espaço para o desenvolvimento de empreendedores locais, o Instituto Auá reforça uma ideia fundamental: todos somos corresponsáveis por novas práticas socioambientais e por um futuro sustentável.
“Você saboreia, a gente refloresta!” O slogan não é só uma frase de efeito. É um convite à ação coletiva, à regeneração e ao consumo com propósito